Encontrei na "Psicologia da Vida Cotidiana" uma alusão relacionada com o professor, quando Freud narra sobre sonho e coincidências.
"Alguns dias depois de me outorgarem o título de professor, que confere a considerável autoridade nos Estados de organização monarquista, ia eu passeando pelo centro da cidade quando, de repente, meus pensamentos se voltaram para uma fantasia infantil de vingança dirigida contra determinado casal. Meses antes, eles me haviam chamado para ver sus filhinha, em quem surgira um interessante sintoma obsessivo logo depois de um sonho. Interessei-me muito pelo caso, cuja gênese eu acreditava discernir, entretanto, minha oferta de tratamento foi recusada pelos pais, e eles me deram a entender que estavam pensando em consultar uma autoridade estrangeira que realizavam curas por hipnotismo. Eu fantasiava que, após o fracasso total dessa tentativa, os pais me rogavam que instituísse meu tratamento, dizendo que agora tinham confiança em mim, etc. eu, no entanto, respondia: "Ah, sim, agora vocês têm confiança em mim, agora também me tornei professor. O título nada fez por alterar minhas aptidões; se vocês não puderem usar meus serviços enquanto eu era docente, também podem prescindir como professor." _ Nesse ponto, minha fantasia foi interrompida por um sonoro "Bom dia, senhor professor!" e quando ergui os olhos, vi que passava por mim exatamente o mesmo casal de quem eu acabava de me vingar mediante recusa de sua proposta." O que quero salientar nessa narrativa feita por Freud em alemão, traduzida por Brill para o inglês e por Alan Tyson para o português, é a importância do título de professor conferido a autoridades. Nessa época já era médico e já tinha a especialidade em Neurologia, tanto que só iniciou a trabalhar em Psicanálise após o doutorado que ele se denomina como docente.
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