segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Agronegócio - a visão do Inferno


Queimada na Amazônia. FOTO: reprodução TV Globo (Crédito: )A política dos neoliberalistas, com uma "ideologia" voltada ao fracasso do Estado, do expurgo de seu patrimônio com privatizações e aqui com metas de matar a fome do mundo, sem antes se preocupar com os que vivem à volta dos latifundiários. Temos a poeira venenosa que cai de forma permanente sobre pequenos povoados e cidades. Os proprietários, os donos de toda tecnologia abandona os filhos e esposa longe de tudo. Ao se perguntar para as esposas do motivo de morar numa capital, a resposta é sempre a mesma: "Aqui estou próxima de minha mãe ou aqui tem a faculdade que meu filho precisa." Tem os que alegam a falta de bons professores, mas são os próprios que moram no pó, que  vão para a cidade dar aulas.  A fuga é em massa e resta aos que ficam, o veneno sobre os móveis, varandas, carros,  a poeira vermelha. O asfalto chega até as pequenas cidades, mas depois entre uma lavoura e outra entra os caminhões, ainda tem a época da colheita, quando  a terra fica exposta, aos cuidados dos ventos, que sopram o veneno para todos os cantos e não se salva nada. Os tratores avançam sem piedade e plantam até no que depois nos leva acreditar que ali passava um fio de água, pois a plantação é mais verde e o solo é úmido. Em nome de uma ideologia fascista, em nome do agronegócio, se planta a miséria, as vilas que surgem de pequenos casebres, de míseros palmos de terra, onde aos domingos descansam com garrafas de pinga, cachorro magro ao lado da opulência, fruto da ganância. (Maria de Lourdes Cardoso)