Neste momento em que a sociedade se divide pelo grau de satisfação ou insatisfação do Estado, as opiniões saltam como pipocas numa panela sem tampa. O país se pinta de canarinho e bate os tambores, dita ordens de forma surreal, e a noção de governabilidade é aquela de "baixar as calças e mostrar as mamas". A mídia deve ser desprezada, pela forma tendenciosa: o papel do comunicador não se reporta a dar notícias, mas mergulhar de forma desastrosa numa propaganda contra o Estado, como se do outro lado o telespectador pedisse uma análise partidária. Jornais, revistas, nos poupam de gastos e assim nos sobra a Internet que concorre com todos. Rufam os tambores, "precisamos privatizar tudo". Não escapam do som "e caem os tolos". A experiência em transformar empresas estatais em empresas privadas não é uma novidade entre os brasileiros e nem em países de primeiro mundo. "O melhor estudo das privatizações britânicas conclui que a privatização por si provocou um impacto modesto no crescimento econômico a longo prazo – enquanto redistribuía regressivamente o patrimônio dos contribuintes e consumidores para os acionistas das empresas privatizadas. O único motivo para os investidores privados adquirirem empresas públicas aparentemente ineficientes é a eliminação ou redução de sua exposição ao risco, bancada pelo Estado. [...] Em condições privilegiadas, o setor privado se mostra tão ineficiente quanto o público – repartindo os lucros e transferindo os prejuízos para o Estado" (Judt). Pode-se citar o exemplo dos Estados Unidos que não integrou a sociedade ao Estado, traz a guerra como prioridade e lhe desnuda (nudaveris) o direito a saúde pública, a uma medicação gratuíta e neste momento nenhum incentivo para os jovens ingressar em uma Universidade. "A obsessão pelo acúmulo de riqueza, o culto da privatização e do setor
privado, a crescente desigualdade entre ricos e pobres [...]" (Judt) é o resultado do capitalismo, da transferência dos bens naturais que pertence a sociedade para uma mão única, é a ausência do scrupulus. No momento em que se transfere as nossas atribuições ou transfere-se o que é nosso para a iniciativa privada, perde-se civilidade perante a "coisa" pública e deixa-se para trás o aprendizado na tomada de decisões. O nosso patriotismo acaba, acaba o interesse pelas "coisas" do Estado. Tony Judt em seu livro "O Mal ronda a Terra" vai mais longe quanto fala dos cuidados com a água, com a educação, assim como Marx e seus antecessores que se preocupam com o meio ambiente. Ele é nosso e nos diz respeito e não se pode tirar o direito de ir e vir, assegurado na Constituição. Privatizar é sinônimo de entregar e leiloar o que nos pertence. As riquezas minerais, devem ser fiscalizadas, assim todo minério extraído e avaliado deve pagar imposto para o Estado e isto gera receita, eleva o PIB. Em síntese está evidente de como deve agir os meios oficiais: há de haver sempre ouro e prata necessário, pelos quais o comércio depende da frequência das transações e valor por eles pagos. Um processo circulatório sem preço e uma moeda sem valor depende logo ali da alícota de massa formada pelo mercado de troca, porque uma parte da alícota do montante de metais e minerais extraído de uma nação pertence a esta. Aristóteles fala em crematística, no que diz respeito as riquezas e as explorações. Respeita-se, logo, tudo que diz respeito a um Estado. Cabe lembrar que a Alemanha sempre teve muito ouro e na época em que Marx escreve "O capital", a população está empoprecida e impera a ingovernabilidade. Hoje o que mais prezam são as reservas e poucos sabem onde estão. Privatizar nunca, mas dar valor ao funcionário de carreira, àquele que quer ser valorizado dentro da empresa. Sindicatos, uni-vos, organizados!
Nenhum comentário:
Postar um comentário