segunda-feira, 23 de novembro de 2015

MINHA AVÓ INÁCIA NA PEROBA/SOMBRIO/SC

     Contava minha avó Inácia que quando morávamos na Peroba, por volta de 1944, e meus pais tinham já os dois primeiros filhos lá se estabeleceram com uma casa de secos e molhados (uma venda). Poucas pessoas apareciam para comprar alguma coisa porque o local era muito afastado de qualquer civilização ficando o sítio mais próximo da Serra Geral do que hoje a BR 101. A localidade não tinha nome e para identificar chamavam de Mata-olho, nome de uma árvore que havia em abundância na região.  Esta planta contém um látex que irrita os olhos. A madeira é mole e os índios guaranis ainda hoje utilizam para esculpir pequenos animais. Na minha certidão de nascimento consta que eu nasci no distrito de Peroba pertencente ao município de Sombrio. Peroba também é a denominação dada a alguns tipos de árvores, de madeira dura, pesada e de primeira qualidade. A casa ficava à beira de uma estrada que servia apenas para carros de bois e algum cavaleiro que por lá se aventurava. Havia nos fundos de casa um pequeno piquete onde a junta de  bois era amarrada à tardinha com uma vaca leiteira e um cavalo que servia para alguma emergência. Alguns metros quadrados de cana que servia de alimento para os animais, pequeno pasto próximo ao piquete e o pomar.O restante era mata fechada que se juntava com a plantação de cana. Não havia tecido para confecção de roupas, minha avó e minha mãe teciam tranças de palha de tiririca e confeccionavam chapéus, para trocar por tecidos. Minha mãe empreendia uma longa caminhada à pé, durante o trajeto passava em outro sítio,  uma amiga se juntava a ela e assim de sítio em sítio mais uma aderia ao grupo. Caminhavam  de coivara em  coivara até chegar ao rio Mampituba. Faziam uma travessia de canoa  para trocar o artesanato, na margem direita, no município de Torres. Minha avó muitas vezes ficava sozinha em casa com as duas crianças ainda muito pequenas (meu irmão, Adroaldo e eu). Num desses dias que estavámos  à sós, o sol já havia entrado e cedo minha avó começou a fechar as janelas, pois nuvens de mosquitos vinham do mato e recolheu os netos para o aconchego do lar. Nestas horas, no  pequeno pomar cedo escurecia por baixo e quando uma fruta  caia assustava todos.
  Naquele silêncio de quem mora na mata algo estranho estava acontecendo. Os bois berravam e se agitavam loucamente. Minha avó que não temia nada saltou porta à fora e chegou ao local do piquete. As canas estavam quebradas, os bois emaranhados. Vovó achou muito estranho que em tão pouco espaço de tempo tanta coisa tivesse acontecido. Ouviu e viu o estremecer da plantação em direção ao mato sem poder identificar quem fez aquele estrago. O chão estava pisoteado pelos bois e mesmo assim deu para identificar muito mal pegadas humanas. Concluiu minha avó de que se tratava de índios. Ela e meu pai que acabava de chegar custaram para desenrolar os bois. 
     Hoje nós sabemos que existe a Caverna dos Bugres em Urubici, no mesmo estado. São várias cavernas. Eram moradas naturais dos índios. Parada obrigatória dos turistas a caminho de Urubici.
    Um índio amazonense deu uma entrevista a um biólogo e não pude identificar o local contando história parecida com a da minha avó. Em 1981, uma vaca do vilarejo ficou muito assustada. Correu até o local e lá estavam as pegadas do Mapinguari, o abominável homem ou  animal? Três palmos de comprimento, eram as pegadas. O susto na comunidade índigena levou-os  abandonar a pequena vila e se estabelecer em um local mais aberto, próximo da margem do rio...
   

MINHA AVÓ INÁCIA NA PEROBA/SOMBRIO/SC

     Contava minha avó Inácia que quando morávamos na Peroba, por volta de 1944, e meus pais tinham já os dois primeiros filhos lá se estabeleceram com uma casa de secos e molhados (uma venda). Poucas pessoas apareciam para comprar alguma coisa porque o local era muito afastado de qualquer civilização ficando o sítio mais próximo da Serra Geral do que hoje a BR 101. A localidade não tinha nome e para identificar chamavam de Mata-olho, nome de uma árvore que havia em abundância na região.  Esta planta contém um látex que irrita os olhos. A madeira é mole e os índios guaranis ainda hoje utilizam para esculpir pequenos animais. Na minha certidão de nascimento consta que eu nasci no distrito de Peroba pertencente ao município de Sombrio. Peroba também é a denominação dada a alguns tipos de árvores, de madeira dura, pesada e de primeira qualidade. A casa ficava à beira de uma estrada que servia apenas para carros de bois e algum cavaleiro que por lá se aventurava. Havia nos fundos de casa um pequeno piquete onde a junta de  bois era amarrada à tardinha com uma vaca leiteira e um cavalo que servia para alguma emergência. Alguns metros quadrados de cana que servia de alimento para os animais, pequeno pasto próximo ao piquete e o pomar.O restante era mata fechada que se juntava com a plantação de cana. Não havia tecido para confecção de roupas, minha avó e minha mãe teciam tranças de palha de tiririca e confeccionavam chapéus, para trocar por tecidos. Minha mãe empreendia uma longa caminhada à pé, durante o trajeto passava em outro sítio,  uma amiga se juntava a ela e assim de sítio em sítio mais uma aderia ao grupo. Caminhavam  de coivara em  coivara até chegar ao rio Mampituba. Faziam uma travessia de canoa  para trocar o artesanato, na margem direita, no município de Torres. Minha avó muitas vezes ficava sozinha em casa com as duas crianças ainda muito pequenas (meu irmão, Adroaldo e eu). Num desses dias que estavámos  à sós, o sol já havia entrado e cedo minha avó começou a fechar as janelas, pois nuvens de mosquitos vinham do mato e recolheu os netos para o aconchego do lar. Nestas horas, no  pequeno pomar cedo escurecia por baixo e quando uma fruta  caia assustava todos.
  Naquele silêncio de quem mora na mata algo estranho estava acontecendo. Os bois berravam e se agitavam loucamente. Minha avó que não temia nada saltou porta à fora e chegou ao local do piquete. As canas estavam quebradas, os bois emaranhados. Vovó achou muito estranho que em tão pouco espaço de tempo tanta coisa tivesse acontecido. Ouviu e viu o estremecer da plantação em direção ao mato sem poder identificar quem fez aquele estrago. O chão estava pisoteado pelos bois e mesmo assim deu para identificar muito mal pegadas humanas. Concluiu minha avó de que se tratava de índios. Ela e meu pai que acabava de chegar custaram para desenrolar os bois. 
     Hoje nós sabemos que existe a Caverna dos Bugres em Urubici, no mesmo estado. São várias cavernas. Eram moradas naturais dos índios. Parada obrigatória dos turistas a caminho de Urubici.
    Um índio amazonense deu uma entrevista a um biólogo e não pude identificar o local contando história parecida com a da minha avó. Em 1981, uma vaca do vilarejo ficou muito assustada. Correu até o local e lá estavam as pegadas do Mapinguari, o abominável homem ou  animal? Três palmos de comprimento, eram as pegadas. O susto na comunidade índigena levou-os  abandonar a pequena vila e se estabelecer em um local mais aberto, próximo da margem do rio...
   

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

FALA VALE?

Tales de Mileto, filósofo grego, que nasceu por volta de 625 a.c. já escreve sobre a crematísitca. Aristóteles em Ética para Nicômaco escreve que é através do emprego da crematítica que acontece a acumulação do numerário e a qualquer preço a prática é abraçada não importando o prejuízo a sociedade com degradação ao meio ambiente, sem preocupação das consequências. karl Marx cita este filósofo: "(...) não parece existir limites na riqueza e na posição, esta crematística não encontra nenhum limite a sua ambição que a de se enriquecer de um modo absoluto". Todos os recursos minerais pertencem ao governo federal e os direitos de exploração devem obedecer as regras do Código de Mineração. A Constituição de 1988 estabelece regras relacionadas com a sustentabilidade ambiental que varia de estado para estado. O impacto ambiental gerado pelas mineradoras é de responsabilidade do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente. A nossa legislação é uma das mais rígidas do mundo, mas a nossa exploração compromete o meio ambiente porque a atividade não é fiscalizada e das 100 maiores empresas exploradoras apenas 25% possuem unidades certificadas pela ISSO 14.001 e mesmo as que detém o certificado não garante o cuidado regulamentado. Elas dispersam mercúrio, lama e outros detritos que contaminam o solo próximo e longe da mineradora num desrespeito ao ser humano. O custo com medidas preventivas, como contenção de lama e mercúrio vai elevar o custo da produção e a ganância está em primeiro lugar. Os lucros são exorbitantes e faz parte do jogo sujo, da lavagem de dinheiro, do contrabando e do enriquecimeno ilícito. Estes são os donos de capital explorado sem precedentes, avançam cada vez mais, sem excrúpulos, aos olhos da sociedqade perplexa que se pergunta sobre a origem de tanto dinheiro e assim são proclamados os homens mais ricos do planeta. Todo minério extraído e avaliado deve pagar imposto para o Estado e isto gera receita. O Brasil ocupa a 6ª posição mundial em termos de reservas e o 13º em produção, com 61 milhões toneladas métricas.  Em síntese a colocação do autor é muito clara de como deve agir os meios oficiais: há de haver sempre ouro e prata necessário, pelos quais o comércio depende  da frequência das transações e valor por eles pagos. Um processo circulatório sem preço e uma moeda sem valor depende logo ali da alícota de massa formada pelo mercado de troca porque uma parte da alícota do montante de metais extraído de um nação pertence a esta. Cabe-se lembrar que  a Alemanha sempre teve muito ouro e na época em que o autor escreve "O capital" a população está empoprecida e impera a desgovernança. Não há respeito pelo cidadão nem aqui e nem na China.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

MEXENDO COM LIVROS: ÉTICA PARA NICÔMECO E O IMPACTO AMBIENTAL

MEXENDO COM LIVROS: ÉTICA PARA NICÔMECO E O IMPACTO AMBIENTAL: Tales de Mileto , filósofo Grego que nasce por volta 625 a.C já escreve sobre a crematística. Aristóteles em Ética para Nicômaco escreve...

ÉTICA PARA NICÔMECO E O IMPACTO AMBIENTAL

Tales de Mileto, filósofo grego, que nasceu por volta de 625 a.c. já escreve sobre a crematísitca. Aristóteles em Ética para Nicômaco escreve que é através do emprego da crematítica que acontece a acumulação do numerário e a qualquer preço a prática é abraçada não importando o prejuízo a sociedade com degradação ao meio ambiente, sem preocupação das consequências. karl Marx cita este filósofo: "(...) não parece existir limites na riqueza e na posição, esta crematística não encontra nenhum limite a sua ambição que a de se enriquecer de um modo absoluto". Todos os recursos minerais pertencem ao governo federal e os direitos de exploração devem obedecer as regras do Código de Mineração. A Constituição de 1988 estabelece regras relacionadas com a sustentabilidade ambiental que varia de estado para estado. O impacto ambiental gerado pelas mineradoras é de responsabilidade do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente. A nossa legislação é uma das mais rígidas do mundo, mas a nossa exploração compromete o meio ambiente porque a atividade não é fiscalizada e das 100 maiores empresas exploradoras apenas 25% possuem unidades certificadas pela ISSO 14.001 e mesmo as que detém o certificado não garante o cuidado regulamentado. Elas dispersam mercúrio, lama e outros detritos que contaminam o solo próximo e longe da mineradora num desrespeito ao ser humano. O custo com medidas preventivas, como contenção de lama e mercúrio vai elevar o custo da produção e a ganância está em primeiro lugar. Os lucros são exorbitantes e faz parte do jogo sujo, da lavagem de dinheiro, do contrabando e do enriquecimeno ilícito. Estes são os donos de capital explorado sem precedentes, avançam cada vez mais, sem excrúpulos, aos olhos da sociedqade perplexa que se pergunta sobre a origem de tanto dinheiro e assim são proclamados os homens mais ricos do planeta. Todo minério extraído e avaliado deve pagar imposto para o Estado e isto gera receita. O Brasil ocupa a 6ª posição mundial em termos de reservas e o 13º em produção, com 61 milhões toneladas métricas.  Em síntese a colocação do autor é muito clara de como deve agir os meios oficiais: há de haver sempre ouro e prata necessário, pelos quais o comércio depende  da frequência das transações e valor por eles pagos. Um processo circulatório sem preço e uma moeda sem valor depende logo ali da alícota de massa formada pelo mercado de troca porque uma parte da alícota do montante de metais extraído de um nação pertence a esta. Cabe-se lembrar que  a Alemanha sempre teve muito ouro e na época em que o autor escreve "O capital" a população está empoprecida e impera a desgovernança. Não há respeito pelo cidadão nem aqui e nem na China.