quarta-feira, 31 de julho de 2013

CARLOS GOMES - Lo Schiavo (15) - Danza indigena (Goitaca)


"O índio goitacás é o senhor absoluto das terras no tempo da Capitania de São Tomé, depois do Paraíba do Sul" (relato de Osório Peixoto em seu livro 1001 Anos dos Campos dos Goitacases"). Fisicamente, possuíam pele mais clara, eram mais altos e robustos que os demais índios do litoral. Reuniam ainda uma "força extraordinária e sabiam manejar o arco com destreza". Tinham o hábito de dançar e cantar em ocasiões festivas, usando o jenipapo para a pintura do corpo e penas de aves com as quais adornavam seus objetos. Viviam nus, deixando o cabelo comprido, formando uma longa cabeleira. Sua alimentação constava de frutos, raízes, mel e, principalmente, de caça e pesca. Eram supersticiosos quanto à água para beber, não bebendo-a de rios e lagoas, mas sim das cacimbas.
Mantinham comércio com os colonizadores europeus, mas com uma peculiaridade: não se comunicavam com os colonizadores. Deixavam seus produtos em um lugar mais elevado e limpo, ficando à distância, observando as trocas. Davam mel, cera, pescado, caça e frutos em troca de enxadas, foices, aguardente e miçangas. Assim como os demais povos indígenas brasileiros, os Goitacases guerreavam entre si e contra seus vizinhos. "Quando não se julgam fortes, fogem com ligeireza comparável à dos veados." Além do arco e da flecha, faziam, com perfeição, trabalhos com penas de aves multicoloridas, usando-as no corpo e nas armas e também em ocasiões festivas. Trabalhavam o barro, enterrando seus mortos em igaçabas.
Faziam machados de pedra, jangadas, trabalhavam com bambu e trançavam redes de fibra e cordas. Os goitacases desapareceram no fim do século XVIII, exterminados por uma epidemia de varíola disseminada criminosamente entre eles. Calcula-se que eram cerca de 12 000. Viviam em palafitas construídas sobre os pântanos à beira dos rios Paraíba do Sul e Itabapoana. Ao contrário dos índios tupis, não usavam redes: dormiam no chão. Eram grandes corredores, capazes de capturar veados a mão nua. Eram tidos pelos colonizadores portugueses como os índios mais cruéis e ferozes do Brasil. Eram canibais .
Não deixaram registros escritos de sua língua, porém presume-se que ela pertencia à família linguística puri, a qual, por sua vez, pertence ao tronco linguístico macro-jê . Conheciam a agricultura. Caçavam tubarões com o auxílio apenas de um pau, o qual era metido na boca do tubarão para o matar. Os dentes do tubarão, então, eram usados como pontas de flechas." (Wikipédia)
Ao escutar Lo Schiavo (15), uma homangem de Carlos Gomes aos nossos índios Goitacases, denominada Danza indigena, imaginei nossos indíos numa integração total com a música do nosso compositor. Lamentamos a não existência de um único índio goitacás, todos dizimado pelos portugueses.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

segunda-feira, 22 de julho de 2013

CECÍLIA MEIRELES E OS EXCLUÍDOS


Cecília Meireles, que se empenhou para eleger Getúlio Vargas, se volta contra ele em 1933, quando percebe as manobras políticas do governo e o estado da educação no Rio de Janeiro. "Chega mesmo a manifestar em sua correspondência o "horror" que lhe causava o jornalismo em sua vida. Ficou para trás a jornalista engajada que, entre 1930 e 1933, assinou sua página diária sobre educação - na qual chegou a acusar o então ministro de educação, Francisco Campos, de medalhão e o então presidente, Getúlio Vargas, de Sr. Ditador. Foram mais de mil artigos escritos em que Cecília lutava contra a inclusão do ensino religioso e defendia as liberdades, como por exemplo a criação de escolas mistas em que ambos os sexos pudessem dividir o mesmo espaço. É bom lembrar que isso ocorreu entre 1930 e 1933, quando a mulher sequer exercia o direito de voto, uma vez que as urnas passaram a contar com o voto feminino apenas em 1934." (monografias.com)
Getúlio Vargas fez muito pela educação de elite religiosa, os uniformizados, mas esqueceu de dar atenção aos miseráveis que apontavam no seu governo. Cecília Meireles contrariou os ditadores e angariou inimigos.
Assim escreveu em 1930: "O Brasil tem como grande desgraça a ser combatida a pseudo-autoridade do medalhão. O medalhão, homem de pose, dado a intelectualidade, falador e gesticulador, dizendo coisas floridas e ocas, tem sido nosso pior inimigo em política, em literatura, em arte, em ciência, em administração."

sexta-feira, 12 de julho de 2013