quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

FOI DADO MUITA CORDA AOS BOIS

Esta metáfora pode ser traduzida como um elástico que nos faz lembrar que serve para dar flexibilidade ao que precisamos. Observamos na medida que a sociedade brasileira caminha, em relação a desgovernabilidade e o desentendimento entre os Três Poderes, que chegamos ao rompimento do que seria um simples alongar. Examinadas as nossas leis por Procuradores, Juízes e outros dentro da área, fazem dela uma extensão e não está mais valendo o próprio código. As leis, à medida que sofrem emendas perdem o sentido original, a flexibilidade chega ao ponto de ser jogadas para o lado e esticada a corda até a jurisprudência. Sem judiciário, perdemos a democracia. A corda foi levada para um ponto, e não encontramos mais "o boi", que dava partida ao carro. Sem boi, sem carro, o país vai ser lembrado por se ter  "dado muita corda aos bois".



terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Livro sugerido para a semana: Carl May - O tesouro do Lago de Prata

Carl Friedrich May, nasceu em Radebeul, na Alemanha. Maio incorporou seus personagens a ponto de confundir o leitor. Escreveu este livro em 1891 após ter viajado para os Estados Unidos e ali viveu com o índio, o negro e o yankee. Era poliglota, e aprendia a língua viajando. Fez um romance de aventura, o melhor entre todos escrito por ele, escreveu na terceira pessoa. Pré-moderno, seus personagens são criados a partir de uma vivência com as viagens e assim  adjetivando-os como: altos, magros, barbudos, ruivos,  vai dando forma a cada um e surprendendo o leitor. Colocou-os em um navio  e aos poucos vão se conhecendo de forma que o leitor fica de cabelos em pé: Mão de Ferro (homem forte), o Mão de Fogo (bom no gatilho) e o ruivo Brinkley?
   __ "Cruzes! Se aquele não é o ruivo Brinkley, quero ser enfumaçado e devorado com toda a casca. Tomara que ele não me reconheça!"
     A maioria dos personagens eram yankees e havia também o Coronel. Encontravam-se ali os respeitáveis Nintropan-haney e o seu filho Nintropan-hoomosch. Eles eram nada mais que dois nômades que vagavam pelas planícies e montanhas americanas, sem destinos: o "Grande-Urso" e o "Pequeno-Urso". Também a bordo o "alemão". Era o Preto Tom "célebre rafter".
     O navio era um saco de gatos, ou melhor um gatinho viajava ali. Dizia o proprietário do gato: acalmem-se cavalheiros, é apenas uma pantera negracom três metros de comprimento, com três anos de idade e come um carneiro por dia. Ela dorme no caixão de madeira e alguém esbarrou nele. A pantera havia rosnado e fez o navio estremecer.
     Assim prosseguia a viagem de sobressalto em sobressalto. Uma bela leitura. Confira a qualidade literária de Maio.