domingo, 8 de março de 2015

FORA DO CONTEXTO - Platão

                      A República - Platão

Sócrates trava um diálogo com Trasímaco e Glauco:

Trasímaco __ E cada governo faz as leis para seu próprio proveito: a democracia, leis democráticas; a tirania, leis tirânicas, as outras a mesma coisa; estabelecidas estas leis, declaram justo, para os governados, o seu próprio interesse, e castigam quem os transgride como violador da lei, culpando-o de injustiça. Aqui tens, homem excelente, o que afirmo: em todas as cidades o justo é a mesma coisa, isto é, o que é vantajoso para o governo constituído; ora, este é o mais forte, de onde se segue, para um homem de bom raciocínio, que em todos os lugares o justo é a mesma coisa: o interesse do mais forte. 
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Sócrates __ (...) Se surgisse uma cidade de homens bons, é provável que neles se lutasse para fugir do poder, como agora se luta para obtê-lo, tornar-se-ia evidente que, na verdade, o governante autêntico não deve visar ao seu próprio interesse, mas ao do governado; de modo que todo o homem sensato preferiria ser obrigado por outro do que preocupar-se em obrigar outros, portanto, de forma alguma concordo em Trasímaco, quando afirma que a justiça significa o interesse do mais forte. Mas voltaremos a este ponto. Que partido tomas, Glauco? Qual destas asserções te parece mais verdadeira?
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Glauco __ É verdade não devemos perder a coragem.
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Sócrates __ Portanto, parece-me que preecisamos começas por vigiar os criadores de fábulas, separar as composições boas das más. Em seguida, convenceremos as amas e as mães a contarem aos filhos as que tivermos escolhido e a modelarem-lhes a alma com as suas fábulas muito mais do que o corpo com as suas mãos. (Naquela época, costumava-se massagear as crianças, para que adquirissem uma boa conformação física). Mas a maior parte das que elas contam atualmente devem ser condenadas.

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