Slavoj Zizek, filósofo, psicanalista, tradutor e escritor entre outras "ciências", é um esloveno. Em resposta ao meu email a Fundação Lauro Campos disse, que as vagas estavam esgotadas na Câmara Municipal de Porto Alegre, mas que a transmissão da conferência poderia ser assistida pela TV Câmara. Todos postos com fones de ouvido e tradução simultânea, menos que nada, de frente ao psicanalista marxista. Nós, os outros, confortavelmente estirados com uma tradução feita em cima da voz de Zizek, menos que nada. Tablet sobre o travesseiro em bloco de notas. A umidade do ar penetra fundo no corpo do filósofo e foi lançada para fora no momento em que começa a falar. Ninguém se prontifica para alcançar nem que fosse uma folha de ofício para o conferencista se secar. Zizek em resposta ao seu estado alérgico, precisava atender o nariz, e na camiseta esfregava rapidamente os dedos e por vezes no cabelo. Nuca molhada, franja molhada, camiseta molhada, e um corpo alérgico o fazia dar uma sacudida no tórax a cada palavra pronunciada. Eu transitava entre o consciente e o inconsciente, desligo, não desligo, levanto o volume ou abaixo o volume, escuto menos que nada. O que disse afinal, segundo meu bloco de notas: notícias da morte de Chávez, o dinheiro como solução para qualquer problema, o que Marx aborda, em O capital: "Não é o momento de sermos críticos com ele, agora" (Chaves ou Marx?); o Freud, o inconsciente, o sexo, não importa se homem com homem ou mulher com outra mulher, a fidelidade como piada ou como uma patologia; a Europa central e os EUA veem o casamento tradicional como uma instituição subversiva, ou seja junta e separa e separa e junta, bem administrada, seria muito bom. Percebe-se que aqui há uma confusão entre uma instituição familiar com a instituição como organização política marxista, que era realmente o tema em questão. Era o retorno da transmissão. Anotei a palavra "corruption". O nosso conferencista, eu o comparei com uma panela de pipoca que os grãos começam estourar e não se tem uma tampa à mão, àquela angústia de atender a panela e atender o nariz, fez dele, menos que nada. A democracia vista como um perigo, pede que não se confunda com sistema institucionalizado. Uma democracia onde a sociedade seria coesa, participativa até que se poder engatar uma marcha, ir adiante.Viaja, é isto mesmo, por todos os países, com passagem comprada, mas também viaja na hora da conferência, era a pipoca. Bom contador de piadas, até ligo para o meu filho e arrisco contar duas. Por que só duas? Ele avisa são sujas. Meu filho do outro lado do fio, sempre quer uma mãe de boca limpa, uma mãe para dar exemplo para a neta e para todos, perde a fala. Eram piadas envolvendo sexo, como àquela do último pedido dos apóstolos para Deus, na véspera da crucificação de Cristo, como recompensa por tudo que ele fez de bom, pelas curas. Claro é, que Deus mandou, então, Maria Madalena...A piada segundo Zizek foi contada na Palestina pelos estudantes de lá. Fala de cinismo, da crítica, exausto diz: não fiquem esperando que eu vá dizer o que penso sobre as modalidades diversas entre os casamentos, porque eu não vou dizer e nem pode: o Elton Jones estava na cidade, coincidentemente. Não deixe de ler Menos que Nada: Hegel e a Sombra do Materialimo Dialético. Traduz O capital o que estamos precisando, mas não fala uma palavra em português, ou eu entendo, menos que nada. Pede desculpas pelo inglês imperialista, e fala de um encontro com indianos que falam inglês e pergunta se eles não têm um idioma próprio, ainda com os pés no colonialismo ou no imperialismo. Valeu!
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