terça-feira, 24 de janeiro de 2017

DO MITO DA CAVERNA A ORDEM DO PINGUIM

A ordem do pinguim é válida para se entender a nova ordem que se agita de maneira geral nas lideranças políticas do lado ocidental, leste europeu e oriente médio. Analistas políticos e os próprios estão debruçados até sobre pergaminhos para explicar sobre essa onda que se mostra como um ante-estabelecimento que se apodera no "tempo político" de forma teórica e que se mostra visível em forma de ciclos. Trás no seu conteúdo normas de governabilidade, com traços marcantes na política dos US. Para contrapor esse vis-à-vis, voltamos ao  posthume vivido e pautado como a revolução americana para a libertação das colônias britânicas com a sentença de que para se fazer parte da Humanidade, deixaram de ser Inimigos de Guerra para ser Amigos na Paz. Nessa prosperidade que se alinha depois de sepultados todos os mortos, saciada a fome por longos períodos, não parece a melhor maneira para se ter uma identidade pátrica, um estabelecimento garantido. Jogar-se sobre o abismo feito pinguins para uma autorregulação? A análise perdura, perdura os tempos de obscuridades e de glórias. O ocidente tanto quanto o oriente médio são pontos vulneráveis à nossa geografia física e social. "Por essa razão, nenhuma forma de vida é "pura", e, como a história demonstrou em muitíssimas ocasiões, as tentativas de purificação levam a resultados catastróficos. Nosso ingresso em formas de vida, entretanto, não é um processo passivo, que impõe a torcer e moldar nossas identidades e habilidades para que elas se conformem aos conjuntos rígidos de regras. Somos coautores e atores da vida social; assim,  ao ingressarmos em fomas de vida, ao mesmo tempo as utilizamos e modificamos, por trazer conosco outras formas." (Z.Bauman). Degelos, turbilhões em cascatas que transformam o espaço físico, não dá para estancar, assim como tentar carimbar uma forma de vida e de certa forma manter o monopólio. Que se cumpra os ciclos, que venha a ordem do pinguim e que sejamos punidos pela nossa permanência na pré-história. Platão, ao compartilhar idéias de Sócrates no livro a República, fala do Mito da Caverna, um diálogo que manteve com os dois irmãos sobre a instrução e a ignorância. Prisioneiros, acorrentados no fundo de uma caverna, de costas para a luz que era intensa, que vinha através de uma fogueira, que permitia que vissem sombras e ouviam, um  foi libertado; volta e conta  que não pode discernir o que se passava lá fora e os demais não são persuadidos a ver a claridade. "Achas espantoso que um homem que passa das contemplações divinas às miseráveis coisas humanas revele repugnância e pareça inteiramente ridículo, quando, ainda com a vista perturbada e não estando suficiente às trevas circundantes, é obrigado a entrar em disputa, perante os tribunais ou em qualquer outra parte, sobre sombras de justiça ou sobre as imagens que projetam essas sombras, e a combater as interpretações que disso dão os que nunca viram a justiça em si mesma?" Essa metáfora serve para mostrar que a passagem do estado de ignorância para um estado de sabedoria, não se dá de forma rápida, mas é um processo lento de idas e vindas na caverna.

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