quinta-feira, 27 de outubro de 2011

MINHA CAIXA DE E-MAIL - enviada p/Jair Bernardes Jr - Blog Política e Jardinagem

                                           
                                             TULIPAS
No Norte da Holanda, antes do verão europeu, onde mais de 10 mil hectares são dedicados ao cultivo de tulipas. A paisagem holandesa em maio é um caleidoscópio de cores vertiginosas com as tulipas estourando em vida. Os bulbos foram plantados no final de outubro e início de novembro, e estas criações coloridas estão agora prontos para serem colhidos e vendidos como bouquet de flores em floriculturas e supermercados. Mais de três bilhões de tulipas são plantadas a cada ano na Holanda e dois terços das flores vibrantes são exportados, principalmente para os EUA e Alemanha. Os maiores campos de tulipas na Holanda podem ser encontrado nos jardins de tulipas Keukenhof. Viva este espetáculo maravilhoso da natureza orientada pelas mãos dos homens, em 30 fotografias que selecionamos para vocês.






















sexta-feira, 21 de outubro de 2011

TOLEDO DE TODOS OS TEMPOS

     
A SOCIEDADE É ASSIM:

O POBRE TRABALHA
                                                             O RICO EXPLORA-O
                                                             O SOLDADO DEFENDE OS DOIS
                                                             O CONTRIBUINTE PAGA PELOS TRÊS
                                                             O VAGABUNDO DESCANSA PELOS QUATRO
                                                             O BÊBADO BEBE PELOS CINCO
                                                             O BANQUEIRO "ESFOLA" OS SEIS
                                                             O ADVOGADO ENGANA OS SETE
                                                             O MÉDICO MATA OS OITO
                                                             O COVEIRO ENTERRA OS NOVE
                                                             O POLÍTICO VIVE DOS DEZ

    Os primeiros povos bárbaros que se tem notícias surgiram as margens do Mar do Norte (os jutos, os anglos, os saxões e os frisões). Os francos estabeleceram-se   ao longo do rio Reno, a esquerda e os alamanos a direita deste mesmo rio. Os bungurdios e os vândalos junto ao médio rio Danúbio, vizinhos dos suevos, nas marges do rio Oder e vizinhos destes, os lombardos. Entre o rio Dieper e o Danúbio viviam os visigodos e entre o rio Volga e o Dnieper os ostrogodos.  Estes dois últimos povos bárbaros surgiram da divisão de um outro, os godos. Estes povos procuravam proteção entre as fronteiras naturais dos rios sempre para se proteger de um outro bárbaro porque com frequência eram submetidos as pressões dos povos iranianos (os samatas e os alanos), povo nômade que viviam entre dois rios, o Ural e o Don. Esta região siberiana não oferia terras férteis para o cultivo e viviam na penúria, não conheciam cidades apesar de organizados e estabelecidos como família. Eles avançam e recuam nas fronteiras, saqueiam, mas também se aliam aos brilhantes ostrogodos, jamais derrotados por hunus, visigodos e os vândalos. Estes últimos veja o que diz Gautier em Genséric, roi des Vandales, "exatamente porque eram os mais fracos, eternamente empurrados por trás, é que foram forçados a ir mais longe". O autor estava se referindo aos Vândalos, chamados de "Godos de segunda zona". O Império Romano os atraía pelas riquezas e estes cuidavam de seus limites territoriais com unhas e dentes. Uma linha fortificada, o limes, se estendia ao longo do Reno e do Danúbio. Por ser um Império demasiado vasto, tornou-se difícil de conter as ameaças de outros bárbaros. Um soldado só (Imperador) governava e ficava difícil controlar todas as fronteiras e chegar até ele notícias do que estava acontecendo a centenas de quilômetros. Resolveram dividir em dois para poder atender todos os pontos: o Imperio Ocidental e o Oriental. No século III, usaram os próprios bárbaros como soldados mercenários para proteger as fronteiras. O número de bárbaros chegou a 200.000, eram os visigodos também empurrados pelos hunos, outro povo bárbaro que eram vizinhos e que viviam além do Don. Os visigodos se estabeleceram na Trácia em 376, região ao Norte da Grécia limitando com a Bulgária que  havia sido tomada pelos romanos. O Imperador romano, Valente, pretendia tranformar os visigodos em soldados e colonos. Estes não aceitaram a subjugação e assim surgiu a era das "grandes invasões bábaras". Os mais fortes tomavam parte do Império dos mais fracos. Os visigodos comandados por Alarico rumaram em direção a Roma e saquearam em 410 e tomaram posse de uma vasta região da Gália, com Tolosa (Toulouse) como capital e aí permaneceram por quase um século e foram empurrados pelos francos que tomaram a capital em 507. E os sábios visigodos? Juntam-se aos nômades, se fortalessem e numa linha de fuga atravessam os Pirineus e chegam exatamente no meio do país, que hoje se chama Espanha, em Toledo. Permaneceram e reinaram nesta capital por mais 200 anos. Em 711 vindos da África pelo estreito de Gibraltar, comandados Tarik , os muçulmanos (árabe e berberes) tomam Toledo dos visigodos e estes passaram o posto para Córdoba até o início do século XI. O desenvolvimento cultural europeu se deu com a chegada dos árabes que traziam em sua bagagem conhecimentos de geometria vindos da Grécia, aritmética da Índia e assim começaram as invenções. O agrupamento dessa ciência ensinada nas universidades árabes de Sefarad, nome hebreu dado pelos invasores (Espanha), recebeu o nome de "ciência", que se espalhou aos poucos por toda a Europa. Na Idade Média os berberes começaram a ser chamados de mouros. Este povo judeu da Arábia,  conhecidos pela sua sabedoria eram também chamados  por ladinos, finos e mesmo a contragosto dos europeus foram eles que levaram a cultura ao continente.  A paz deixou de reinar com a chegada dos mouros e desde 718 até 1492 foram séculos de luta chamada de Guerra de Reconquista Espanhola e finalmente expulsos pelos reis católicos Fernando e Isabel. Os judeus se refugiaram em Portugal e muitos confundem a sua própria descendência, que por sua vez empurraram para´o continente mericano, africano e para a Ásia. Toledo voltou a ser sede novamente e  produzia aço, espadas, facas e outras ferramentas. Em 1561, o rei, Felippe II de Espanha  muda a capital para Madrid. Toledo fica no topo de uma montanha cercada pela curva do rio Tejo em três lados e sem dúvida o visitante vai encontrar vestígios de uma história ainda presente.




































































sábado, 8 de outubro de 2011

DOCUMENTAL SOBRE ROBERTO BOLAÑO

 
Marcadores: Terceiro Reich (análise do livro)

TERCEIRO REICH - Roberto Bolaño

     Roberto Bolaño, nasce em 1953 no Chile e morre em 2003 na Espanha. Deixa o romance escrito e publicado em 2010. Escreve na primeira pessoa, com o nome de Edu. Um romance realista quando retrata a sociedade exatamente como nos tempos em que vivia na Espanha. O romance se passa na praia Del Mar, no Mediterrâneo e fica entre Barcelona e a fronteira com a França (no meio do caminho). A realidade das férias que ele e a namorada precisavam, o trabalho que levou com prazo para entregar, o Hotel, o mesmo que passava as férias com os pais, quando ainda jovem. Narrativa de ficção quando recria a própria imagem em suas personagens, todas pessoas comuns como um dia ele foi, o proprietário do pedalinho (o Queimado) e os amigos que fizeram na praia. 
       Com relação a linguagem, de períodos coordenados e longos: “Surpresa: quando me levantei, não deveria ser meio-dia, com as mãos nas costas, o olhar baixo como se procurasse alguma coisa na areia, a pele, a escurecida pelo sol e a queimada pelo fogo, brilhante, quase deixando uma esteira na praia cor de ouro”. Transforma os adjetivos “escurecida” e “queimada” em substantivos. Emprega o recurso usando depois do substantivo “a pele”, um aposto, para evitar os adjetivos. Em lugar de “areia brilhante” ele separa substantivo e adjetivo para evitar o choque de ambos. Deixando o texto elegante. Ele é transgressor quando transforma o romance, numa quase autobiografia, um diário de férias, recria um vigia, profissão que um dia ele exerceu, o amigo Conrad, pessoa com trabalho simples, com uma bagagem cultural, que falava de grandes autores e terras que conhecia. Este seu amigo, “de estranhas olheiras e extrema palidez...”, mas parece a sua própria imagem de homem que já se encontrava doente e intelectual como ele e muito pobre porque só fora reconhecido tarde, como um grande escritor . Romance de verossimilhança, ele retrata o seu tempo, a presença da dona do hotel, Frau Else e o burburinho da praia, entre outros.
       Trás como tema as lembranças, o jogo e as relações amorosas sem desfecho.
      Investigativo e cria suspense (smart thriller),  uma modalidade
 de ficção usada por escritores e novelistas que de forma inteligente faz um suspense e deixa para revelar no final. Aproxima-se do queimado e quer saber mais sobre ele, ou o“amigo” Charly que desaparece provavelmente quando saíra para nadar e ele fica mais tempo em Del Mar, até o encontrar.
      Romance psicológico quando há recordações, recordava Frau Else dez anos atrás entrando na praia escura. Ele trata de uma premonição: “Soou então só em mim? E, se assim foi, contra que perigo pretendia me avisar?” Aqui o narrador lembra Sepp, um amigo, que dizia ter ouvido por duas ocasiões uma música misteriosa, “trombeta do perigo”, relacionada ao cansaço físico. “Quando contei a Ingeborg, ela me recomendou que não ficasse tanto tempo trancado no quarto”. Aqui o narrador relata um sonho entre outros citados: “Sonhei que uma chamada telefônica me acordava. Era o Sr. Pere que desejava que eu fosse - ele se dispunha a me acompanhar - ao quartel da Guarda civil; havia lá um cadáver...”. Agora o sonho premonitório, talvez um aviso do aparecimento do corpo de Charly. Entra no campo da psicanálise, o subconsciente de Udo capta e grava, com carga arquivada,  tudo que se relaciona com o cotidiano, aflora e transforma em sonho, “momento surreal da imaginação”, alucinatório. Veja bem que tudo aconteceu exatamente, antes do sonho e depois do sonho, as preocupações com o amigo.
      O autor aborda o pressentimento quando Frau Else lhe adverte:
     "__ Tenho medo que algo de ruim aconteça com você”.
      __ Sei cuidar de mim. Além do mais, o que poderia acontecer comigo?
       __ Algo de ruim... Às vezes tenho pressentimento... Um pesadelo.”
      Fez crítica social: o desleixo com a cidade que não suporta a temporada de verão, “as ruas fedem”. “O odor provém dos esgotos sobrecarregados!”
     Aborda o preconceito:
    “__De qualquer maneira, não gosto que você suba com o Queimado para o quarto. Sabe o que diriam em meu hotel se algum turista visse você escapulir pelos corredores com essa massa chamuscada?”
     Usa a dicotomia para descrever  seu personagem, o Queimado: “a grande desgraça a ponto de converter-se em outro” (desumanizou-se), e visto também como uma pessoa “que parecia atraente”. Ainda nessa linha descreve-se como sendo “um homem que deita-se sem cansaço, que dorme bem , acorda bem disposto", mas talvez do ponto de vista da velha, a hóspede do hotel, “um homem pálido..., um jovem nervoso, talvez um jovem com problemas de pele.”
     Filosófico quando interroga: “Nunca amei tanto outra pessoa. Por que então esses olhares de mútua desconfiança? Por que não nos amar sem reservas, como criança, aceitando-nos inteiramente?
     Aborda a nudez: Ingeborg e a amiga Hanna passeiam na praia só com a parte debaixo do biquini. O Lobo e Cordeiro, dois espanhóis inconvenientes, que fazem parte do grupo, na praia, ficam nuz para nadar.
     Entrelaça a História da humanidade (no caso a guerra) com o momento narrativo. Descreve-se como um campeão alemão de jogos de guerra. O jogo montado, o Terceiro Reich,  deixou claro que era só o nome do jogo e que não era nazista. Chama o Queimado de jogador mula. “Será que é isto que o Queimado aguarda antes de se render? Não há armas atômicas no Terceiro Reich. O que ele espera então? Qual a sua arma secreta?” Aqui Udo está falando de esperança e paciência como estratégia para ganhar o jogo e o Queimado não entendia disso. Acostumada as narrativas de futebol de Galvão Bueno e seus comentários paralelos, não pude deixar passar esta oportunidade de apresentar a narrativa não de Bueno, mas de Bolaño: “O Queimado perdeu mais de cinqüenta BRPs. O quadro na direção de Leningrado não experimenta mudanças: a linha fica estabelecida em Tallin...As pobres tropas inglesas avistam minhas unidades... E não se movimentam. (Pergunta que eu não faço ao Queimado mas gostaria de fazer: o marido de Frau Else visita-o todas as noites... E de que diabo está doente? Aids?) Na frente Oeste a Operação Leão-Marinho é levado a cabo com êxito...o sétimo exército desembarcando na Inglaterra! (Tentei conter o riso mas não consegui. O Queimado não levou a mal...)”
     Para quem gosta de jogos ou de uma narrativa cheia de suspense este é o livro indicado. Confira.


Indicador: Vídeo (Documental sobre Roberto Bolaño)