sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ANNA KARÊNINA - TOLSTOY

     O romance "Anna Karênina", leva este nome dado pelo autor retirado da pernonagem que predomina durante toda a narrativa. Karênina é o sobrenome do marido Alieksiei A. Karênin que  recebe no feminino o artigo "a", correspondente a uma sílaba, na língua russa. Anna era irmã do Príncipe Stiepa Arcádievith Oblonski, portanto, era uma Arcádievena. Observa-se que o feminino foi acrescido da sílaba "na". Aparece ainda sobrenomes com sílabas diferentes para indicar o feminino: Vronski leva sobrenome da mãe, uma Vrônskaia. Anna era jovem, aparentava uns vinte anos apesar de ter um filho de oito, nascido do relacionamento com Vronski. Tinha vivacidade de expressão, a julgar pelos lábios e olhos, séria e triste. Era simples, franca e em outros momentos muito elegante e bela. De beleza estonteante.
    O narrador escreve o romance em 1877, na terceira pessoa, de cunho realista, tanto enredo como pessoa, também entra como personagem. Elabora um romance baseado em fatos reais vividos na sua época. Apenas joga com a realidade. Reescreve o romance por oito vezes, sempre revisado por sua esposa Sofia. O romance finalmente fica pronto depois de cinco anos com oitocentas páginas,  escrito com profunda visão e engajado até a alma na realidade de seu país, a Rússia. Toltoy era um anarquista clássico,  e tentou até a morte mostrar aos burgueses a exploração do povo russo. Era um pensador e escrevia com idéias próprias, livres e não fez restrições. Queimou quem deveria queimar. Mostrou uma Rússia sob o jugo dos Czar, sem escolas e enredada ainda por minoria que começava em pequenos grupos a discutir a servidão.  Infuenciou Gandhi na sua estratégia do Satiagarra, ou desobediência civil, que culminou com a indepedência tardia da Índia. Tolstoy, Gandhi e Proudhon embora mostrasse aos camponeses e trabalhadores de fábricas (as oficinas) que estavam sendo explorados, não queriam uma revolução. A narrativa é uma denúncia dos problemas sociais, mostra a verdade cruel dos pobres. Era um rico proprietário rural, pertenceu ao exército russo como militar, criticou o governo e aqueles com comportamento anarquista fortes. Proudhon outro pensador e escritor amenizava os anarquistas com um pensamento não revolucionário o que levou Tolstoy a segui-lo. Mistura-se com os pobres, rompe oss laços que o ligavam ao passado burguês, abandona o lar, e em 1910, aos 81 anos, morre pouco depois no mesmo  banco da Estação da Estrada de Ferro de Astapovade, a mesma estação em que ele inicia o romance de Anna  com Vronski. O autor apenas muda o nome da personagem real que era conhecida sua, por Anna. Retrata nobres e burgueses. É verossímel. Romance de ficção e realidade. As classes sociais não se misturavam. Nobres para um lado e burgueses para outro. Os vícios políticos do Império são apontados. O nepotismo é uma prática e isto incomodava o autor. Aborda a família em degradação. Emprega os substantivos felicidade e infelidade ou fidelidade e infidelidade para demostrar a desarmonia entre os casais. Vejamos este diálogo:
   "__ ...Os homens assim cometem infidelidade, é certo, mas o lar e a mulher são sagrados para eles. Eu não posso compreender mas é assim mesmo.
    __Sim, mas ele beijou-a..."
  O narrador usa a oposição no decorrer da narrativa, algumas vezes com o emprego do adjetivo, não fazendo deste uma prerrogativa. Oblonski fala das intenções de Liêvin (aqui o autor entra na narrativa como personagem com o nome de Liêven que em russo significa Leon, seu próprio nome) para o amigo Vonski e descreve-o como feliz e desgraçado. Ainda: "É um rapaz muito nervoso, que as vezes costuma ser desagradável, mas outras é capaz de ser muito simpático - coração de ouro"
   Ele prossegue com a mesma técnica: inocente e estúpida; satisfação e humilhação; comoção e ódio; sereno e atemorizado, entre outros.
   Descreve a Condessa Nordston como delgada, amarelada, nervosa e enferniça. (Os adjetivos poderiam ser reduzidos no máximo de três, dando maior elegância ao texto).
   Com frequência parece o emprego do "tu", como neste parágrafo: "Stiepan tratava por "tu", quase todos os conhecidos anciãos de sessenta anos, rapazes de vinte, comerciantes, atores, ministros, ajudantes-de-campo... Tratava por "tu" todos que bebiam champanha e bebia champanha com todos".
   A cunhada de Ana tratava o marido por "tu", significando que estava tudo bem entre eles. Este tratamento só acontecia em momentos muito íntimo.  O francês era falado por muitos e o alemão dominava quase toda o território. A França conquistava toda Europa, inclusive a Rússia, com a sua cultura e desenvolvimento industrial. Paris era o centro e encantava os povos. O iluminismo predominava no século XVIII e o narrador vivia este momento. De lá vinham os musicais que se apresentavam com frequência nos teatros como o Bolchoi e nos encontros se falava o francês. Vamos ver um trecho do narrador. " O criado se deu a repetir malicioso, todo o menu a francesa:                                                                                         
     __ Que vamos beber?
     __ Gostas do lacre branco?
     __ Cachet blanche - corrigiu o criado.
    
__ Bom traze desse para as ostras...
     __ E que vinho de mesa deseja Exelência?
     __ Traze-nos
Nuits
. Não, antes, o clássico Chablis".     Até a água era servida a francesa. Não faltava a soupa de urtiga servida com ratáfia palavra russa que significa pão,  e vinho branco da Criméia.

      Abordou o desgaste das terras, a qualidade da mão-de-obra a maneira européia. Este era assunto dos proprietários de terras. Denunciou o trabalho escravo na parte oriental da Rússia (a maioria do território), ali a renda era nenhuma. Escreve William Godwin: "Não há quase nenhuma forma de riqueza, consumo ou luxo em qualquer país civilizado que não seja, de alguma forma, consequência do trabalho manual e do esforço conjunto dos homens que nele vivem....Basta que cada homem calcule, a cada cálice de vinho que bebe ou diante de cada objeto que usa como adorno, quantos indivíduos foram condenados à escravidão, ao suor, a uma labuta incessante, a uma vida de dificuldades permanentes, má alimentação, ignorância e a mais brutal insensibilidade para que ele pudesse dispor de luxos...Diz dos propritários (impostores), seus antepassados deixaram papel embolorado, título que lhes concede o direito de extorquir dos seus semelhantes tudo aquilo que estes produziram com os seu próprio esforço." Escreve Tolstoy: "...os milhares de quilômetros de florestas que pertencem a um só homem _ enquanto à sua volta, centenas de pessoas não têm combustível _ precisam ser protegidos pela violência.. Isto também se aplica as fábricas e outros locais onde várias gerações de operários vem sendo esploradas...centenas de toneladas de grãos pertncentes a um só indivíduo, que as mantém escondidas para vendê-las por um preço três vezes maior em época de escasses de alimentos..." (Os grandes escritores anarquistas, G.Woodcock, p. 118 e 282).
    O narrador escreve o livro quinze anos depois da Abolição da Escravatura e do assassinato de Alexandre II, imperador do país.
     A escravidão que ainda perdurava e as péssimas condições de trabalho dos  camponeses se tornam o centro da narrativa que perpassa por todas as personagens com veemente discussão sobre a classe operária ficando evidente que o adultério também é visto com destaque.
     Aborda o capitalismo:
     "__ Bem sabes que o capital oprime o trabalhador. Entre nós os operários e os camponeses suportam todo o peso do trabalho  e as coisas estão feitas de tal maneira que por mais que trabalhem não conseguem passar de bestas de carga".     Imperava no século XIX  o Capitalismo Liberal, teoria econômica em que a estrutura estava calcada no aumento dos investimentos. Assim crescia o número de empresas, empregariam mais, consumiriam mais e como resultado teriam o desenvolvimento. Esqueciam-se que o capital ficava nas mãos de poucos e a mão-de-obra assalariada sofria com baixos salários, aumentando a pobreza. Alguns escritores empregaram em suas obras as idéias de Marx como Tolstoy e Victor Hugo (Os Miseráveis). "Eu e Marx éramos amigos naquela época e nos víamos com frequência. Eu o respeitava pela sua sabedoria e pela dedicação séria e apaixonada, ainda que misturada a uma certa dose de vaidade, à causa do proletariado. Costumava ouvir atentamente sua conversa inteligente e instrutiva, mas não havia intimidade entre nós..." Bakunin, 1840. Só mais tarde (século XX) surge o Capitalismo Keyniano que pretendia corrigir as desigualdades de classe.
      "Segundo Edmund Phelps, prêmio Nobel de Economia afirma que o Capitalismo é necessário, mas é importante que seja inteligente, capaz de acabar com as desigualdades e melhorar o mundo. Afirma também que será preciso dar subsídios para elevar os salários baixos. Phelps critica a Europa social-democrata por não ensinar os jovens o quanto é bom, útil, necessário, lúdico e divertido ganhar dinheiro". (J.M.S/C.Povo)
     Abordou a política e as eleições provinciais. Discutiam na boca da urna aos gritos, mas as expressões do rosto e os olhares eram ainda mais furiosos:
     "__ Um voto só pode decidir as eleições". O candidato do ziemstvo (palavra russa que significa Conselho de administração local, eleito pelas classes proprietárias das terras de 1864 a 1918) era ultraliberal. "Desprezava a pobreza, entendia que a maioria dos nobres era partidário da servidão e que só por covardia não o confessava". Este era latifundiário, funcionário do Estado e marechal da nobreza modelar. Vivia viajando para o estrangeiro sempre que podia. O curioso  que o candidato pensava de outra forma.   
    
"Achava que os camponeses russos, quanto à inteligência, encontravam-se num grau intermediário entre o homem e o macaco, e no entanto, nas eleições, ziemstvo, apertava a mão dos mujicos, ouvindo sua opinião com o maior prazer".

      Ainda falando sobre as eleições, foi encontrado dentro de uma urna um botão e uma noz.
      Não faltou apreocupação com a higiene. Dispenso comentar como foi encontrado um parente com tuberculose, num quarto de pensão.
       "Para onde vai o nosso dinheiro? Nós é que pagamos e eles trabalham a soldo. Não há escolas, nem farmácias e nem parteiras".  Referia-se aos altos impostos pagos pelos pobres, muitos deles precisavam resgatar as próprias terras pagando para isto muito dinheiro.
     Discutiam se os pobres deveriam estudar (temiam a esperteza destes):
     "__ Ilustrado um mujique torna-se muito pior trabalhador".  A administração do país era péssima e não ficou de fora a crítica aos tribunais de justiça.
     Os defensores, os fiscais, ou o presidente do tribunal, pergunta ainda ao meu amigo Aliocha, o tontinho, depois de seis horas de tolice:
"Senhor acusado, reconhece-se culpado do roubo do presunto?"

     Houve um delito quando Aliocha furtou para comer. O resultado do julgamento foi feito pela cabeça do doente. Uma "doidera" desmedida feita pelo tribunal.
      Numa sociedade onde o Judiciário não funciona, não se dá o respeito como órgão  setorial de primeira relevância, quem perde é o Estado, no seu todo. Com relação a lei da escravatura não houve cumprimento. Lá século e meio atrás era assim, aqui século e meio depois empregamos para nos referir aos condenados as expressões "ladrão de galinha" e "colarinho branco"
     Comentou o diagóstico dado pelo médico ao paciente com fígado dilatado: "Mandou fazer muito exercício físico, o mínimo de esforço cerebral e sobretudo evitar contrariedades..."      As discussões transitavam também no terreno da filosofia. "O principal problema da filosofia, em todos os tempos, sempre foi o da necessidade de se encontrar a relação indispensável entre o interesse pessoal e o interesse geral". Aqui o autor reforça a crença em Deus: "Eu educado como cristão na idéia de Deus, tendo incluído a minha vida dos bens espirituais que me deu ao cristianismo, procuro, vivendo desses bens sem disso ter consciência, procuro como aquelas crianças, destruir o que me alimenta..., tal qual como essas criaturas quando sentem fome e frio, recorro a ELE e não menos que as crianças..."  Vejo nessa reflexão a angústia do autor perante a fome e o frio russo que as crianças enfrentavam e elas recorriam a Deus e "não menos que as crianças" (aqui, onde grifei, está presente a crença do narrador que também recorria a Deus nessa  situação de fome e frio, pelas crianças).
      Como explicar o mal?
      "
Mas nada sei e nada posso saber senão o que a todos foi revelado!"     
                                          O povo está num nível material e moral abaixo que decerto se oporá aceitar aquilo de que necessita.
      Na Europa, a propriedade racional faz progressos, porque o povo está educado. Por conseguinte o que temos a fazer é educar o povo e pronto, como se verifica neste diálogo:
      __
Mas como educar o povo?
      __ Para conseguir são necessárias três coisas:
escola, escola e escola...
      __ Para que servem as escolas?
      __ Acordarão o povo para necessidades novas.
    
Expressões de cunho religioso e educação moral aparece em muitos momentos:
   "__ Falas em educação  moral. Não podes imaginar quanto isso é difícil! Ainda uma dificuldade está por vencer, surge logo outra, e de novo recomeça a luta. Se não fosse o apoio da religião... Nenhum pai poderá educar seus filhos sem o auxílio dela".    "Só Deus sabe se teriam reconciliado de todo". Sem a busca religiosa esta reconciliação que o autor se refere não teria acontecido.  Reconciliavam-se consigo e com Deus sentindo-se absolvidos pela consciência do dever cumprido, pelas  dificuldades que enfrentavam na educação integral dos filhos e na busca por uma sociedade melhor. Concluiram afirmando que essa luta é compensadora, reconciliavam-se e agradeciam a Deus. "Graças a Deus a reconciliação é completa, completa."

     Abordou o espiritismo, mostrando as discussões entre as pessoas:
    
"__ Queremos fazer uma experiência.
      __ De que se trata?
      __ De fazer girar mesas de pé-de-galo.                 
       __ Perdoem-me, minhas senhoras e meus senhores, mas acho muito mais divertido que brinquem de prendas. Brincar de prendas tem algum sentido".
 Abordou o comunismo, o socialismo e a fusão de classe.  Para mostrar que esta última era intocável empregou a expressão:
 "da-me náuseas". 
      Anna conhecera Vronski, amigo de seu irmão, no trem e vivia simultaneamente com este e com Alieksiei.  Mais tarde o marido tomou  coragem e procurou um advogado para providenciar o divórcio. Vejamos o diálogo a seguir:
      __Tenho a infelicidade - principiou - de ser um marido enganado e desejo cortar legalmente os laços que me prende à minha mulher, isto é, quero divorciar-me...
      O advogado num esforço para não rir:
     __ Queria a minha colaboração para conseguir o divórcio?
     __ Precisamente, mas devo preveni-lo de que hoje se trata apenas de uma consulta...
     __ Oh!  É sempre assim - replicou o advogado. __ Depende de Vossa Excelência.
     Alieksiei pediu algumas explicações sobre as leis  (do código russo), e o advogado começou enumerar casos que levariam ao divórcio: "defeitos físicos dos conjuges, ausência, em lugar desconhecido, durante cinco anos, e adultério..." "...exluindo em que não há defeito físico, nem ausência em parte incerta..." e não desenrolava  o conteúdo enumerando nos dedos. O marido que estava acompanhado da mulher sugeriu então provas de adultério através de cartas. O advogado desprezou as provas e o encaminhou ao alto clero dizendo ter simpatia por eles:
     __ Os padres arciprestes gostam muito de estudar os mínimos pormenores de tais assuntos.
     Disse, então que precisava de provas testemunhal.
     Nos encontros discutiam a sopremacia de um povo sobre o outro. O que seria uma civilização superior? A inglesa, a francesa ou a alemã. A França caminhava em passos largos."Verificamos como as províncias renanas se afrancesaram: será isso uma prova da inferioridade dos alemães?"
   Falavam de cultura, línguas antigas e enveredavam para o tema da educação feminina:
   Aliesksiei deu o seu ponto de vista: "...se confunde a educação feminina com o problema da liberdade da mulher e  apenas neste sentido aquela pode ser considerada prejudicial".                                         A falta de instrução gerava falta de direitos e a escravidão. O abismo que existia entre o homem e a mulher  chegava ser incompreendido pelos próprios homens.  Neste nível de conversa saia de tudo:
     __Posso citar diante das minhas filhas: a mulher é um ser de cabelos compridos e..."
     Não esqueceram de falar em amamentação.
     Até Karênin sorriu. Explicou um:
     __Até um inglês em alto mar , abordo de um navio, conseguiu amamentar um filho...
     A infidelidade do homem era diferente da infidelidade da mulher. Observe o diálogo:
     __Queres dizer que devo namorar as criadas? Perguntou Liêvin.
     __ Por que não, se nos dá prazer?
     A minha mulher, isso em nada prejudica. E a mim diverte-me. O importante é guardar o respeito ao santuário familiar. Que ali nada aconteça...
       Vronski tentava falar com Anna, mas esta se irritava. Não podia viver de amor, tinha ocupações...
     O narrador não deixou pedra sobre pedra: "As árvores ainda que fossem retorcidas e velhas não as cortaríamos para plantar um canteiro de flores: trataríamos de dispor os canteiros de tal sorte que não tivesse de sacrificar as árvores. Uma árvore dessa não pode fazer-se num ano".
     Anna lia Taine (Hippolyte) filósofo, crítico e historiador francês, representante do determinismo, cujos elementos essenciais são: a raça, o meio e o momento que viveu na mesma época do narrador e que fazia sucesso com suas obras.
    Anna já estava um ano sem ver o filho e isto a deixava transtornada, ora se culpava, ora culpava Vronski e não faltava os ciúmes que a tormentavam. Sentia amor e ódio. Crescia as desconfianças e uma carta que não chegava a levou a estação para surpreeender aquele que ela dizia ser "a outra paixão", agora sob cores hediondas.     Pensava Anna que no fundo da sua alma ele terá grande satisfação em ver-se livre de mim. Ela encontra a carta  e leu: "Sinto muito que a carta não tenha chegado a tempo. Voltarei às dez".
    Atravessou a estação. Um comboio de mercadorias ia entrar na gare. Lembrou-se do homem atropelado no dia em que conhecera Vronski e comprendera o que tinha a fazer. Anna ainda sofria com censuras e o narrador que inicia o romance com sofrimento das pessoas envolvidas no adultério finaliza com castigo:
    "Ali mesmo, no meio! Castiga-lo-ia e livrar-me-ei de tudo e de mim mesma.
    Onde estou eu? Que faço eu? Para que? Pronunciou: Senhor, meu Deus, perdoa-me tudo!"
     E a vela, à luz da qual Anna lera o LIVRO DA VIDA. Apagou-se para sempre.
                                Posted by Maria de Lourdes Cardoso AT. 11.09.2010 @ 14,12 pm



Nenhum comentário:

Postar um comentário